Hoje completa outro mês da nada distante data da maior tragédia que sobre todos se abateu. Um horroroso acontecimento do tamanho do mundo, pois algo assim pertence ao universo e não apenas a um determinado lugar do mapa. Aí apenas o fato, para a humanidade o acontecimento. Aí a dor, para o mundo a consternação. E como dói, e nunca vai passar.Então como viver com tamanho fardo? Para quem está longe, o choque, a incredulidade. Para quem está perto a consternação, a revolta. Mas para quem perdeu parte de si, perdeu alguém querido, a dor alucinante, a perda do chão, o fim da paz. Resta para quem perdeu a única alternativa de prosseguir. Como continuar? De onde reunir forças para seguir em frente? Por que isso aconteceu?
Onde procurar culpados? São pessoas ou instituições? A convicção de que nunca nada irá acontecer, nos leva a indecente conclusão que uma pequena vantagem aqui ou uma solução rápida ali é o melhor caminho. Somos todos verdadeiros tolos irresponsáveis e desonestos, pois o bem coletivo está em plano inferior aos direitos individuais. E infelizmente, lastimosamente, quem pagou o preço por gigantesco ato criminoso, foram os que desgraçadamente perderam seus muitíssimo queridos filhos, irmãos ou amigos. E a inversão da ordem natural do desaparecimento quando ocorre se torna insustentável, incompreensível. Que todos tenham para sempre em seus pensamentos, por amor, saudade ou apenas respeito, a consciência da força e sacrifício que cada um, que alguém aí perdeu, carrega dentro de si, sem nunca, em momento algum, ter um segundo de sossego. O simples olhar, o mais apertado abraço, o mais saboroso dos beijos, em seus filhos, seus irmãos, seus amigos ou namorados, nunca, nunca mais, para os que perderam, acontecerá. São pessoas que terão, obrigatoriamente, de todos nós o mais profundo respeito e admiração por serem tão fortes ao conviver com inescrupulosa dor. Não tentem sequer imaginar o tamanho dessa dor, causada por essa ausência, pois somos incapazes de elaborar em nossos corações tal sofrimento. A distancia advinda do tempo a passar, o transcorrer dos intermináveis dias, tomara, fará o desespero se transformar em saudade e esta no maior, mais profundo e mais puro tipo de amor. Dessas lembranças a reconstrução de um novo tipo de vida. O que hoje paralisa e torna o desespero alucinante um dia terá de se transformar em outra coisa. Dessa louca saudade e desse grande amor, as doces lembranças a se perpetuarem servirão de combustível para essa eterna chama que nunca, em tempo alguma, se apagará. Enquanto isso não ocorrer, admirar, respeitar e ter compaixão, é o que resta dar a quem alucinadamente esse tortuoso e dilacerante caminho está involuntária e obrigatoriamente percorrendo. Santa Maria, hoje mundialmente conhecida, paga um preço inaceitável por tamanha fama. E não somos merecedores disso. E ninguém nunca será. E o mais profundo sentimentos de solidariedade se faz necessário. E a dor pra sempre permanecerá, e a se perpetuar a mais brutal das constatações, de que isso poderia ser evitado. Profundos pesares Santa Maria, pois não és merecedora de tamanha tragédia.
Jacob Chamis
Amém!
ResponderExcluir"Amém é um termo em hebraico, utilizado para afirmar ou aderir a alguma coisa. Amém é uma interjeição que significa "certamente", "verdadeiramente" e "assim seja"."
Marcelo Coser