QUANDO A DIREÇÃO DO MARIA ROCHA TREMEU

EM TRÊS CAPÍTULOS AL QAEDA – PARTE I – A SEMENTE

Quem se lembra do programa Família Trapo? Todos não é mesmo? Então vocês haverão de lembrar que o Golias tinha um terreno de 5x7 metros para vender, não sei onde e nem por que valor, quando o vendesse, pagaria todas suas dívidas. Baseado neste episódio, eu, Aroldo José Mileto Haygert, Luiz Mauricio Beltrame, Luiz Carlos da Silva Werberich criamos na esquina das Ruas Tuiuti e Conde de Porto Alegre, perto daquela enorme Paineira, onde reinava o império do Nego Zebino, um terreno imaginário que servia, para depois da aula, “tecer considerações” sobre tudo e sobre todAs, nem vou corrigir este “A” maiúsculo, não tem a menor importância na cabeça de adolescentes de ginásio e cientifico. Estas reuniões eram secretas e juradas de segredo eterno que sem a licença deles quebrarei nestes pequenos contos. Cabe também ressaltar que os sócios permanentes eram estes quatro, mas como o Luiz Mauricio (mais conhecido como BIU) morava nesta mesma esquina onde também tínhamos o clube da área, às vezes apareciam sócios visitantes como o próprio Nego Zebino que além de nosso amigo, nos protegia somente pela sua sombria presença, também aparecia por lá o já finado Gordo Rogério, personagem importante na criação da célula, que morava em um chalé em frente à casa do Werberich, chalé de madeira, rubro, com telhas de zinco (detalhe importante estas telhas: Zinco verão na PARTE II), também às vezes dava o ar da graça o Volino, pois ao tocar a campainha todos nós já sabíamos que desceríamos juntos a ladeira da Conde para pararmos pelo menos meia horinha em nosso terreno para “tecer considerações” do dia, programar as idas nas reuniões dançantes em alguma garagem de alguma menina, conhecida ou não, caso não houvesse algum baile no Esportivo, Santamariense, ATC, Comercial, 21 de Abril, outro clube na frente do Hospital de Caridade que não lembro o nome, até excursões ao 13 de maio fazíamos. Pois foi lá neste ambiente que eu e o finado Rogério (mesma idade nossa só que do Maneco) nos combinamos (em segredo para os demais) para em uma noite gelada de julho de 1972, darmos inicio aos nossos planos de puro terrorismo. Nesta noite eu e meu companheiro compramos o estoque de bombinhas de São João que havia sobrado, pois as festa juninas já haviam passado e aquele estoque estava sobrando no armazém da esquina da Valandro com a Tuiuti, aliás, armazém que também, às vezes, abria só para nós nos sábados à noite para fazermos um preparo para enfrentar os bailes do final de semana, conhecidos meus, pois entregávamos pão todos os dias neste estabelecimento. Acertado o preço do arsenal, colocamos tudo na conta do pai do Rogério, isto era umas oito horas de uma noite gélida, portanto, os dois com japonas com bolsos bem fartos onde acomodamos nossa munição e partimos....baixou, eu acho, algum espírito em nós, porque o que fizemos a partir daquele momento vocês irão ler no AL QAEDA – PARTE II – O TREINAMENTO – em breve –

 Enio Krum