segunda-feira, 2 de setembro de 2013

ENG° JACOB CHAMIS

MINHA AULA FAVORITA

Aulas eram atividade intelectuais e culturais em períodos de duravam quase uma hora cheia. Eram exatos cinquenta minutos. O limite das aulas era determinado pelo toque estridente de uma sineta, campainha ou sirene. Nesse pequeno intervalo entre aulas a vida abruptamente se preenchia de felicidade. Eram pequenos instantes de muito contentamento e alegria que de tão contagiantes abraços e apertos de mãos eram trocados por todos. E num instante seguinte tudo se acabava, findava a alegria, cessava o contentamento e o mundo das trevas voltava a reinar. Era o inicio de uma nova aula. Era assim o final de cada período de aula, bastava a sineta tocar para a felicidade mostrar sua verdadeira face. E bastava novo professor ingressar na sala para a tristeza também mostrar a sua. Mas antes do inicio de novo período, entre a felicidade e as trevas surgia a esperança. A expectativa de viver a melhor das disciplinas. Disciplina cativante com conteúdo amplo e variado visando o crescimento social e intelectual. A melhor de todas as matérias de nosso currículo escolar. A que mais deixou saudades. A Minha Aula Favorita. É por ela que meu coração batia mais forte, era ela a minha maior paixão, ela a mais querida das aulas. Estou falando da Aula Furada. Estou referindo ao  período vago proporcionado pela falta do professor da próxima aula. Ter uma Aula Furada. Viver um período todo vazio. Melhor que isso só quando a falta do professor se dava no último período e a saída era antecipada. Pior quando isto acontecia com outra turma. Assistir pela janela os felizardos da outra aula indo embora a nos abandonar na imensidão daquela enorme colégio, era horroroso. Entre uma Aula Furada e outra vivíamos o inferno. Durante períodos de aulas normais, sofríamos de tédio, enxaqueca, enjoos, enfim todos os males. Mas ela, a magnífica, a Aula Furada, trazia grandiosos conhecimentos entre colegas. Era a troca de informações livres que tanto ensinou e contribuiu para a nossa formação cultural. Eram as fofocas, os causos contados, os segredos divididos, todos os ingredientes fundamentais e necessários para o enriquecimento intelectual. Isto não era encontrado nas aulas normais. Nada supera um período vago pela sua imensa riqueza didática. Ao lembrar hoje desses períodos vagos sinto muita saudade  e um aperto no coração. Sem as Aulas Furadas, não haveria formação acadêmica. A vida escolar não teria sentido. Nossa vida não teria sentido. Que espetáculo. Que bonito, hein? 

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