sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Hoje completa outro mês da nada distante data da maior tragédia que sobre todos se abateu. Um horroroso acontecimento do tamanho do mundo, pois algo assim pertence ao universo e não apenas a um determinado lugar do mapa. Aí apenas o fato, para a humanidade o acontecimento. Aí a dor, para o mundo a consternação. E como dói, e nunca vai passar.Então como viver com tamanho fardo? Para quem está longe, o choque, a incredulidade. Para quem está perto a consternação, a revolta. Mas para quem perdeu parte de si, perdeu alguém querido, a dor alucinante, a perda do chão, o fim da paz. Resta para quem perdeu a única alternativa de prosseguir. Como continuar? De onde reunir forças para seguir em frente? Por que isso aconteceu?
Onde procurar culpados? São pessoas ou instituições? A convicção de que nunca nada irá acontecer, nos leva a indecente conclusão que uma pequena vantagem aqui ou uma solução rápida ali é o melhor caminho. Somos todos verdadeiros tolos irresponsáveis e desonestos, pois o bem coletivo está em plano inferior aos direitos individuais. E infelizmente, lastimosamente, quem pagou o preço por gigantesco ato criminoso, foram os que desgraçadamente perderam seus muitíssimo queridos filhos, irmãos ou amigos. E a inversão da ordem natural do desaparecimento quando ocorre se torna insustentável, incompreensível. Que todos tenham para sempre em seus pensamentos, por amor, saudade ou apenas respeito, a consciência da força e sacrifício que cada um, que alguém aí perdeu, carrega dentro de si, sem nunca, em momento algum, ter um segundo de sossego. O simples olhar, o mais apertado abraço, o mais saboroso dos beijos, em seus filhos, seus irmãos, seus amigos ou namorados, nunca, nunca mais, para os que perderam, acontecerá. São pessoas que terão, obrigatoriamente, de todos nós o mais profundo respeito e admiração por serem tão fortes ao conviver com inescrupulosa dor. Não tentem sequer imaginar o tamanho dessa dor, causada por essa ausência, pois somos incapazes de elaborar em nossos corações tal sofrimento. A distancia advinda do tempo a passar, o transcorrer dos intermináveis dias, tomara, fará o desespero se transformar em saudade e esta no maior, mais profundo e mais puro tipo de amor. Dessas lembranças a reconstrução de um novo tipo de vida. O que hoje paralisa e torna o desespero alucinante um dia terá de se transformar em outra coisa. Dessa louca saudade e desse grande amor, as doces lembranças a se perpetuarem servirão de combustível para essa  eterna chama que nunca, em tempo alguma, se apagará. Enquanto isso não ocorrer, admirar, respeitar e ter compaixão, é o que resta dar a quem alucinadamente esse tortuoso e dilacerante caminho está involuntária e obrigatoriamente percorrendo. Santa Maria, hoje mundialmente conhecida, paga um preço inaceitável por tamanha fama. E não somos merecedores disso. E ninguém nunca será. E o mais profundo sentimentos de solidariedade se faz necessário. E a dor pra sempre permanecerá, e a se perpetuar a mais brutal das constatações, de que isso poderia ser evitado. Profundos pesares Santa Maria, pois não és merecedora de tamanha tragédia.
Jacob Chamis

Um comentário:

  1. Amém!
    "Amém é um termo em hebraico, utilizado para afirmar ou aderir a alguma coisa. Amém é uma interjeição que significa "certamente", "verdadeiramente" e "assim seja"."

    Marcelo Coser

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