Na anterior passagem indiquei um lugar no final da subida da serra e a percorrer esses caminhos sentia meu corpo e mente serem transportados a mundos diferentes sem que eu pudesse estabelecer coerência e compreensão desses sentimentos. E vou pedir licença para tentar, com muito esforço de escrevedor leigo, transmitir o que se passava. E era mais ou menos desse jeito:
E lá de cima percorrendo caminhos estreitos e perigosos encravados nos pontos mais altos daqueles morros, logo após uma determinada entrada, uma estradinha costeadas de altas árvores de um lado e penhascos de outro, entre curvas e subidas me leva a vislumbrar paisagens dignas de grandes cartões como se para outro longínquos lugares, bem distante dali, meu corpo tivesse sido levado. Um pouco mais perto do céu onde a percepção nos leva a viagens de poesias e alucinações, olhando ao redor ouso dizer que somos apenas moléculas emocionais em expansão. E a colocar o coração perto das nuvens e estrelas, entre delírios e alucinações, o pensamento quase anula quando o olhar se joga lá do alto despencando a procura da fim do horizonte esparramado bem na linha inferior que se forma naquela iluminada paisagem. E era nesse local tão solitário e distante, cercado de maravilhosas árvores, pedras e penhascos, que se podia sentir o corpo ser arrancado do solo firme e a flutuar sem rumo, ser jogado como se uma pena fosse, em direção a um grande e vazio infinito dando a nítida sensação de ser o voo de um livre pássaro que finalmente estava por iniciar. E são eles, esses morros, o que de mais importante eu acreditava existir naquelas paragens. E para a cidade valor imensurável, pois num relevo de beleza impar, fazem parecer estruturas de tobogãs e montanhas-russas a nos deixar sonhar como se estivéssemos em local muito longe dali e, também lá de cima, a olhar para outro extremo apenas planícies enxergar, como se a vista fosse deslizar serenamente a atingir a linha do horizonte. Local privilegiado de cima desses morros. Vista sem igual parecendo se mostrar a outros ângulos que não pareciam pertencer a paisagens do cotidiano, pois sentado no topo daquelas ondulações, onde eu ficava antes de retornar, se descortinava de um lado a imensidão da Serra Geral a perder de vista, como uma enorme cordilheira a nos remeter a paisagens inimagináveis e impenetráveis parecendo território selvagem a ser desbravado. Para baixo, a vista virar e perceber num olhar, tão bela cidade, a pulsar ainda em crescimento, buscando encontrar a si mesma, cheia de desníveis, mostrando seus novos edifícios e ruas que vistas lá de cima pareciam maiores que seus próprios tamanhos, como se assim almejasse, para impressionar com sua grande imponência de cidade do interior, mostrar seu desejo de se tornar metrópole. Mais acima a vista alcançava para ao final do dia, com o sol quase tocar o chão, um plano de campos limpos de puras pastagens a tocar a vida do gado, que por ser assim jamais imaginar ser observados de tanta distancia de tão alto lugar. Vistos da cidade esses morros se parecem com enorme onda como a procurar uma praia e cair em um imaginária rebentação como se fosse o calçadão uma praia de tanta areia, aguardando para depois de tão longe avançar, num breve relance, suas águas recuar. Olhando dali para eles, parecem imagem de um mar prestes a rebentar nesse calçadão que, como uma pintura congelada, e pelo tempo passado não mais ter ficado amarelado e sim com a cor forte pulsante de sua densa vegetação. De onde se olhar, em qualquer lugar da cidade ninguém a esses morros pode ignorar por tamanho e excelência de sua cor e imponência, sem nunca por nada temer e sempre e por todo sempre parado, aí permanecer. Lindos, fortes, gigantes e marcantes paredes que a todos impressiona que de ninguém se amedronta, marca registrada dessa cidade que, de tanto por eles protegida, no seu nome deveria ao menos constar para, de novo, em registro para sempre se apresentar como Santa Maria da Boca do Monte. E que assim sempre permaneça.
Jacob Chamis, final de segunda feira, 24/09.
Jacob, tu és um escritor e poeta!!! Vai em frente!
ResponderExcluirUm abraço!
LMB