sábado, 14 de setembro de 2013

QUANDO A DIREÇÃO DO MARIA ROCHA TREMEU

AL QAEDA – PARTE II – O TREINAMENTO
Voltando a alusão aos espíritos citados no capítulo anterior, preciso confessar, porque desconfio na ocasião da posse de nossa matéria por espíritos brincalhões. Ao sairmos do armazém, descemos meia quadra pela Tuiuti em direção ao clube da área, na esperança de cooptar mais terroristas para nossa empreitada de treinamento, mas bem no meio da quadra na Tuiuti, existe até hoje um Centro Espírita que por diversas vezes entravamos  lá e tomávamos um passe para sermos melhores em nossas vidas e despachar o capeta para outras matérias. E por falta de sorte dos Pais de Santo que estavam de plantão naquela noite fria, eu mais meu amigo adentramos ao recinto como meros espectadores. Sem nenhuma dúvida, nós nem precisávamos nos falar, era só se olhar, cigarro aceso, bomba média na ponta e pronto: no cantinho do parapeito, neste caso cigarro quase inteiro para dar tempo na fuga.... mal ouvimos o estrondobummmmmm!!!!!! Já estávamos depois da Duque em direção a Conde.... somente no outro dia o comentário na padaria de meu pai.....teve Pai de Santo pulando janela...Não contentes, tinha um prédio na frente da mansão dos Frizzos que nós não conhecíamos ninguém, gente chata, fechada, nunca davam bola para nós, nem um abano sequer. Pronto lá foi, sem estopim uma bomba tipo vela, enorme, foi um BUMMMMMMMMM!!!!!! Tão grande que nós nos assustamos e fomos parar de correr lá na sanga do campinho de futebol mais conhecido como Darcilão, com receio de voltar,( nunca medo), para chamar o Biu. Continuamos ladeira da Conde acima até chegarmos no anexo do Bilac, não nos de madeira, aquele novinho com frente para a Conde com uma grande escadaria, acho que com quatro salas de aula, todas em aula, alunos em concentração total, não nos enxergavam do lado de fora, pois nos esgueirávamos atrás dos postes e  dos carros estacionados (um ou dois). Sem falarmos ascendemos mais um cigarro, duas ou três baforadas, cortamos ao meio e colocamos uma bomba média e uma grande, pé por pé, subimos a escada e de novo no parapeito da primeira sala colocamos as duas potentes bombas, uma longe da outra uns dois metros e saímos a passo até a esquina da Olavo Bilac, quando ouvimos o BUMMMMMMMM!!!!!!!!! Logo em seguidaBummmmmmmmm!!!!! Voltamos caminhando como se nada tivesse acontecido e paramos em frente ao colégio assistindo ao tumulto, meninas mimadas chorando, marmanjos perguntando a nós quem foi, loucos para brigarem pois estavam todos cagados de medo, o Rogério apontou para cima e disse: “eram três negrinhos de uns doze anos, correram lá pra cima” e lá se foram uns cinco marmanjos atrás dos coitadinhos. Ajudamos a acalmar as pessoas ficamos indignados com os negrinhos terroristas e nenhum bobalhão daqueles lembrou de por a mão em nossos bolsos, meu anjo da guarda sempre foi uma fortaleza. Saímos dali e pegamos a Olavo Bilac em direção a Duque, na esquina da Duque existe até hoje um sobrado de dois pavimentos onde morava um Arquiteto, professor de desenho a mão livre da Engenharia (que eu não sabia que era professor de meus irmãos Solano e Eugenio que já estavam na Engenharia), a janela do banheiro do segundo pavimento tinha uma báscula que estava aberta uns 5 a 6 centímetros, é claro que não iríamos acertar, mas custava tentar? Bomba tipo vela novamente enorme, a ponta da bomba tinha um enorme místico para poder dar tempo de se afastar antes dela explodir, lá fui eu, quase do meio da rua, lançamento perfeito sem cuspe, entrou, e dizem que caiu no lavatório e o professor estava no vaso, mas isto só ouvi falar....espertos como sempre, corremos em direção ao Bilac e voltamos calmamente como combinado, só ouvimos o professor na sacada gritando horrores, ficamos segundos por ali, pois apareceu um polaco de quase dois 2 metros de altura dizendo que tinha visto que tinha sido nós e que me conhecia, que eu era filho do Jayme da padaria. Nós, ao mesmo tempo que negávamos íamos nos afastando pela Duque em direção a Tuiuti e aquele infeliz atrás de nós, querendo nos parar para esperar o professor e a brigada, na esquina da Duque com a Tuiuti, enquanto um se defendia verbalmente do ataque alucinado do polaco, o outro esvaziava os bolsos das bombas, atirando para o jardim da casa da esquina, conversamos eu e o Rogério para fazer um ataque surpresa ao polaco, mas o meu amigo argumentou que ele era muito gordo e eu um adolescente mais do que raquítico, aceitei seus argumentos sem contestações e contamos até três....no cinco já estava pulando a janela do meu quarto e  de meus irmãos, janela que sempre deixava encostada para que meus pais não vissem a hora da chegada, Com os olhos esbugalhados, mas sem nadinha de medo, vi o Opala da brigada parar em frente da padaria, pensei: to morto, to preso..o que fazer? Aos poucos eles colocaram o carro mais pra frente e entraram da padaria e tomaram um café com os padeiros, no outro dia os padeiros me contaram que eles perguntaram se algum filho do Jayme tinha chegado recentemente, sorte minha ter pulado a janela. E depois de dois anos quando entrei na Engenharia? Como olhar para aquele professor? Ele sabia quem eu era, mas como éramos oito irmãos ele nunca teve certeza se era eu, passei sem exame. E o Rogério? Como ele se saiu? Abandonamos-nos sem saber um do outro....não havia telefone na casa dele. No outro dia soube do final de noite do meu amigo contado por sua mãe que ainda vive. Quando ele chegou em frente à sua casa esbaforido de correr, botou a mão no bolso e ainda tinha uma bomba das grandes, tipo vela, não teve dúvidas, ascendeu e jogou a maldita em cima do telhado de zinco, segundo sua mãe o estrondo foi tanto que a vó do Rogério passou a noite acordada, sentada em uma cadeira na cozinha, com palpitações e tomando chá. Bem treinado, dominando toda tecnologia iria aplicar todo este treinamento onde? Saberão após lerem no AL QAEDA – PARTE III –  O ALVO - em breve

Enio Krum

3 comentários:

  1. Enio,
    Essa história com bombinha e cigarros, esses "atentados" me lembraram os tempos de guri, colocando rojão de 500 embaixo de lata de Nescafé, Toddy e fazendo tudo voar, valeu...
    E fico imaginando a cena do coitado no trono e aquele artefato entrando pela janela...
    hahahahahahaha
    Mais um grande escriba!!!!!!!
    Manda logo o terceiro exemplar da tua saga.
    Abç

    Grassi

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  2. E o clube em frente ao hospital era o Clube dos Caçadores, popularmente conhecido como "Os Caça".

    Jair Alan Côrtes Siqueira

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  3. Enio,
    Essa história com bombinha e cigarros, esses "atentados" me lembraram os tempos de guri, colocando rojão de 500 embaixo de lata de Nescafé, Toddy e fazendo tudo voar, valeu...
    E fico imaginando a cena do coitado no trono e aquele artefato entrando pela janela...
    hahahahahahaha
    Mais um grande escriba!!!!!!!
    Manda logo o terceiro exemplar da tua saga.
    Abç

    Grassi

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