terça-feira, 27 de agosto de 2013

ENG° JACOB CHAMIS

Para os que não sabem, esses encontros anuais do Maria Rocha começaram pela Banda.
E segundo o Ênio, cada ano os quarentões são chamados, mas tudo iniciou em homenagem a Banda.
E eu quero também homenagear a Banda.
A Banda também me pertenceu e foi assim que tudo passou.
Foi entre magníficas que surgiu a Banda Marcial Profª Maria Rocha.
Banda Marcial Manoel Ribas e Banda Marcial Irmão Leão, eram as magníficas.
Mesmo caçula entre as grandes, ela cresceu,tornou-se a mais amada, tocava a melhor música e era a mais querida.
Mas para mim nem tudo começou bem. 
Fiquei muito entusiasmado, ao ver o movimento no pátio depois da aula. Foi amor a primeira vista.
Virou meu sonho participar dessa maravilhosa Banda. Virou obsessão.
Era pequeno, ainda um “prego”, mas eu estava apaixonado, morreria se não participasse.
Quanta dor, ledo engano, não me quiseram. Minha amada não me quis. Meu amor tinha sido rejeitado.
Lembro bem, a sala da banda no porão do pavilhão do colégio, lá no fundo, próximo aos bebedouros, no caminho dos anexos.
Era um entra e sai dos integrantes para pegar seus instrumentos e correr para os ensaios individuais. Uma grande movimentação.
Porque não posso. Por favor, me deixem participar. Volta outro ano minha criança, disse Amauri da Luz, fundador e responsável por minha Banda.
Teria muito orgulho em participar, eu implorava. 
Não teve jeito, fui rejeitado e com a mão sobre meu ombro, fui convidado a me retirar daquela sala. Deveria ir embora. Deveria crescer e então voltar.
Eram inicio da noite, fim da aula, e foi o pior dia da pior semana de toda a minha vida até aquele momento.
Tentei não chorar, mas foi impossível. Da porta da sala da banda, até o portão principal, choro miúdo, lagrimas serenas, mas uma dor no peito que não tinha tamanho.
Nem o Pluto, nosso guarda, entendeu meu choro ao cruzar por ele em direção a minha casa na frente da Pracinha Saturnino de Brito.
Eu morava a uma quadra do Maria Rocha, mas foi um longo caminho a ser percorrido. Luzes, carros, pessoas, cruzavam por mim e a dor não cessava nunca. E demorou a passar. E até crescer, assisti a saída da Banda, a minha Banda, do pátio do colégio em direção ao Desfile da Mocidade.
Meus desfiles eram nos grupinhos de alunos que nos obrigavam a participar para representando o colégio, seguir a Banda, a minha Banda. Mas eu estava fora dela.Acho que eu não merecia essa mágoa.
Finalmente um grande alento, minha hora chegou, fui aceito e agarrei como pude essa oportunidade. Finalmente eu iria fazer parte dela, até que enfim meu momento chegara. Então chorei, mas por puro contentamento, não cabia em mim tamanha felicidade. Era enorme meu orgulho.
Estava mais alto, tinha mais postura e finalmente outros ventos para mim sopravam. E continuei como tocador de pífaro por um longo tempo.
E nossos desfiles. E as saídas noturnas para ensaios pela cidade. Essas recordações serão eternas. Minha Banda me deu o que sempre sonhei.
E os shows de nossas músicas E os shows de nosso baterista, Jair Alan, que nos fazia marchar como flutuando no asfalto. Éramos os melhores. Para sempre seremos.
Sempre fui feliz na Banda. Sempre tive orgulho dela.
Sempre fomos aplaudidos, sempre fomos saudados, como se cada o coração a nos ver passar, fosse tocado por canções de amor. Mesmo sendo marcial éramos musicais.
Tive a felicidade, carregando a Bandeira a frente dela, sonhar vivendo esses momentos inesquecíveis a bordo dela.
Sei que todos amaram nossa Banda. Mas jamais alguém a desejou mais do que eu.
Que se morra dessa boa saudade.
Jacob Chamis

3 comentários:

  1. Eu toquei na Banda. Tocava, ou pelo menos tentava, pífaro.
    Acho que estava no ginásio, 4ª série.
    Lembro de uma vez , em um dos desfiles da Mocidade, em que todas as Bandas da cidade (Maneco, Santa Maria, e Coração de Maria e a nossa) ficaram em forma, perfiladas em filas intercaladas, bem ali no final da Acampamento, onde iniciava a Av Rio branco. Todos tiveram que ficar lado a lado, loucos para se chutar, mas tivemos que nos manter garbosos, superando as rivalidades. Foi bem emocionante, tanto que não esqueci.
    Havia também a Banda do Hugo Taylor, mas não lembro se estava neste evento.
    Lembro também de um ensaio, num final de tarde e início de noite. A Banda em forma, no pavilhão. Silêncio total. Alguém soltou uma piada. O Portela, que era o "Mor" da Banda dando um "xixi" em todos, queria saber quem tinha sido o piadista. Ninguém dedurava. Nesse instante a luz apagou e ficamos em escuridão total. Alguém falou - "Acho que foi geral" , referindo-se ao apagão. O chefe imediatamente pergunta - "Quem é o Geraldo?"
    Gargalhada geral!!! A luz voltou e o ensaio acabou.
    Um grande abraço à todos que fizeram parte da nossa Banda!!!

    LMB

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  2. A Banda era amada por todos nós!
    Eu também não tinha altura para ser Baliza!
    Mas consegui ser mascote! Eu e a Ângela!
    Vai a foto bem lá embaixo, para ilustrar nossas lembranças!
    bjs. Chris

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  3. Clap, clap, clap, clap,...!!!!
    Tá mais esperado que o Sant’Ana... Muito bom de novo!
    Eu também queria participar da Banda, e o primeiro impedimento foi logístico.
    O LINHAIZ diminuía a frequência depois das 18h.

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