terça-feira, 27 de agosto de 2013

ENG° JACOB CHAMIS

Eternas Lições

Ensinar nos dias de hoje não é tarefa fácil.
Sempre exigidos, nunca valorizados e sempre culpados. Esse é o quadro. Nosso ensino vai de mal a pior. Nossos filhos em risco. O futuro comprometido. Professores desrespeitados, alunos abusados e protegidos, salários defasados, enfim gerações sem rumo.
Isso nos faz felizardos. Fomos educados, orientados, respeitados, bem ensinados. A nós, muito mais foi transmitido. E não se queixem os professores, pois foram amados e respeitados. Alguma rebeldia de nossa parte, algum abuso, mas jamais desrespeito. 
Para mim, relações intensas. Muito amor e ódio. Eu amor por elas, elas ódio por mim. Mas não posso me queixar, creio que todas me achavam belo, pois tudo o que eu fazia, sempre diziam: "Bonito, hem???? Acho que lá no fundo, mesmo me detestando, me amavam.
E é de uma dessas maravilhosas mulheres de minha vida que quero dizer algo.   
Sacrifícios, dedicação, carinho, comprometimento. Todas transmitiam isto, mas ela especialmente.
Era a Lueci Siqueira, mãe do Marco, que vinha de Rural.
Era nossa professora de matemática.
Era nossa grande mestre a ensinar os atalhos e segredos de disciplina tão nobre.
Era rígida sem perder ternura. Era disciplinadora sem ser mandona. Era amável sem ser mole. Era viajar em suas aulas.
Mas era em sua camionete Rural Willys que ela garbosamente atravessava a cidade.
Do itararé até o Maria Rocha, era uma viagem. Doce viagem para seus rebentos na companhia de tão valorosa mulher.
Quanto charme e que postura atrás do volante de tão rude veículo.
Foi a bordo dessa máquina que viu sei querido filho crescer.
Filho esse nunca protegido em sala de aula. Nem seu sobrinho Luis Fernando Ribeiro.
Ambos tratados a chicote para não parecer nepotismo cruzado.
E suas aulas, doces devaneios a nos transmitir com leveza e doçura matéria tão árida que  a partir dela virou minha paixão.
A matemática de tão exata dúvida nenhuma deixava. Era certo ou errado. Era tudo ou nada. Era ou não era.
Nada de talvez,ou quem sabe. Matéria objetiva e clara. Quem dera nossas metas e buscas assim fossem.
Teríamos certeza  do certo ou errado. Seríamos sabedores de nossas limitações e a partir daí corrigiríamos nossos erros.
Não haveria arrogância nem orgulho. Quem sabe ensina.Quem não sabe aprende. Os cálculos comprovariam nossos erros e acertos na vida.
Cada lição seria claramente compreendida, pois bastava refazer, corrigir e seguir adiante. E se poderia pedir ajuda e até colar caso necessário, como última alternativa. Mas as intolerâncias, as mazelas, as disputas bestas essas acabariam. Nada de segundas intenções e fim para “as aparências enganam”. Elas não mais enganariam. Ou era ou não era, bem simples.
Querer ou não. Amar ou não. Dispor ou não. Nada de vou pensar, acho que não vai dar, talvez eu não queira, acho que não devo.
Quanta dúvida que nos impede de crescer. Quanto medo nos deixa paralisados. Fomos feitos para ser. Para sentir e para viver. Tudo é muito passageiro, tudo é muito rápido, não podemos esperar, não podemos ter dúvidas. Ser, eis a questão, com o perdão de Willian Shakespeare. Isso é pura matemática, isso é tudo da Professora Lueci.    

6 comentários:

  1. Antes que o Vento Norte misture tudo (Muito Bem, Nota 100!), vou resgatar o texto do fim de semana.
    Excelente a lembrança e a descrição, Jacob!!!
    Me integro à reverência à Prof. Lueci, corresponsável pelo gosto que pegamos pela Matemática.
    Foi tão importante e bem feita a lição dela, que muitos de nós a usamos como base de nossas carreiras profissionais.
    Valeu, Lueci Siqueira!!!
    Marcelo Cóser

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  2. Grande Jacob e Marcelo. Muito obrigado pelo texto e referencia a Professora Luecy e minha mae. Realmente ela foi um exemplo de postura, disciplina e de educacao para os filhos e para todos que puderam conviver com ela.
    Hoje com certeza, ela ensina em outro plano.
    Grande abraco,
    Marco Siqueira

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  3. Bonita homenagem!!!
    Lembro da Professora Lueci e das suas aulas.
    E da Rural.
    Um abraço ao Marco e ao Luiz Fernando.
    Abraços!!!

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  4. Lembro muito bem, bonita homenagem.
    A dupla filho-sobrinho nunca foi protegida pela professora.
    Eu admirava tudo, só não gostava de matemática, hehe.
    Abraço a todos!
    Kida

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  5. Querida a Prof Luecy!!!!Saudades!!!!
    Alenise Possamai

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  6. Linda e delicada reverência!
    Inesquecível Mestra, e inesquecível Rural.
    E inesquecível pinta no rosto que fazia com que ela parecesse uma atriz dos anos 30!
    Bjs. Chris

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