quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Nota: muito pensei se deveria enviar esta mensagem e muito li de tantos que escreveram e então, mesmo parecendo algo intimista ou incompreensível demais, por serem vocês o que são, eis o que imagina tenha em mim cruzado feito flecha que rasga ou atravessa depois de lançada.

LENTAMENTE, MUITO LENTAMENTE

Lentamente, muito lentamente, retomo meu lugar em minha vida. Nada está sendo fácil, pois entre fatos e lembranças ainda me confundo para onde devo ir. Perambulando em mim mesmo, fico a me procurar e nada encontro do mesmo que na semana anterior em mim ainda estava. Parece que ao voltar outra vez para onde estive nos últimos tantos anos, não mais me reconheci, como se meu lugar lá no passado voltasse a ocupar o lugar no meu presente. Não consigo me desprender de onde eu mesmo me joguei no último sábado. E é isso que anualmente esse encontro com o passado faz com todos que lá comparecem, remexe em tudo, individualmente de modo coletivo e depois, após seu final devolve todos ao tempo presente sem que, por uns tempos, ninguém consiga não estar alterado, porém, para sempre mudado. Nós quarentões necessitaremos ficar de quarentena até a poeira baixar, até nossas emoções retornarem seus lugares, nos permitindo recontinuar nossas mesmas vidas mudando radicalmente nossos mesmos sentimentos a transformar nosso modo de, daqui para frente, ver as mesmas coisas. Com os cinquentões será pior, pois necessitarão de “cinquentena” e  assim sucessivamente dependendo da quantidade de anos que cada um está afastada dessa encantada escola. São as pessoas que lá se misturaram, fazendo de suas vidas um único destino, que criaram esse encantamento. Retomo minhas atividades mas não retomo a mim mesmo. Sigo meu caminho mas não estou na direção de meu destino. Olho para frente e não me vejo no mesmo lugar que até então imaginava estar. E de tanto remexidos, tenho certeza que um tanto inconformados todos estamos, pois nesse momento nem mais certeza temos se já estamos outra vez de volta ao nosso presente. Preciso urgentemente me recolocar novamente no hoje, me desprendendo do ontem. E é assim com todos que lá compareceram. E assim sempre será. Nada é simples, pois se fui transportado de volta, quem me conduz de novo para onde hoje estou? Reencontrar, reviver, rememorar, relembrar, confraternizar, abraçar, beijar, todos verbos de ação muito intensa, maior que o maior de nós. Nada mais será como antes, e mesmo com todo o longo tempo que já habitamos esta vida, não imaginávamos a enorme força que um passado muito bem construído exerce sobre nós. Fomos brincar com algo que não estamos preparados. Fomos cutucar o que estava parado, imóvel, quieto e sossegado lá no fundo de nossas lembranças, de nosso coração. Agora que aguentemos tudo isto. E que ótimo , pois aguentaremos e continuaremos a viver, passado essa tormenta, certamente, muito mais próximos de nós mesmos.
Mas devo, por obrigação, fazer justiça e reverenciar a quem, feito magos feiticeiros, nos conduzindo pela mão feito crianças arteiras, nos reaproximou e proporcionou essa volta ao nosso tempo. E devemos tudo isso a eles. Que fantástica essa gente. O que dizer desses brincalhões irresponsáveis e maravilhosos que entenderam antes de nós a força que nos unirá para sempre. Iluminados os do AMAR, pois sem eles nunca mais, em nossas vidas, teríamos nos reencontrado e reencontrado a nós mesmos. Esse encontro não termina quando acaba. Não tem fim por ser infinito, dura para sempre mesmo durando tão pouco e é eterno mesmo sendo efêmero.
Para mim em particular, o que dizer de ser celebridade entre tantas celebridades. Nunca em minha vida tão alto cheguei e nem consegui lá em cima ficar, pois não compreendo ser reverenciado. E vou confessar que nos dias que passam revejo cenas que não lembro ter ocorrido no instante que aconteceram por tamanha perplexidade. E sei que de medo e espanto, feito casulo, em alguns momentos me fechei com medo de não mais ter controle sobre mim. (Obrigado Ênio).  
Este caminho de regresso a nós mesmos é longo, lento e tortuoso. Que os Deuses iluminem nosso retorno. E, por favor, não desapareçam de minha vida, pois não mais sei viver depois do que agora vivi. Obrigado, por transbordarem meu coração.

MAS QUE..................., SEM PALAVRAS!!!!!!

5 comentários:

  1. Desculpe Jacob e os outros se eu estou sendo o primeiro a responder, mas TODOS estávamos esperando por tua crônica pós encontro.
    E tu conseguistes o impossível, ou seja, surpreender mais uma vez.
    Eu estou ficando teu fã tanto quanto eu já sou do Luz Fernando Veríssimo.
    E agora conta para nós todos, qual é o teu pseudônimo e quantos livros já tens publicado!!!
    Tu não só pode como tens a OBRIGAÇÃO de continuar escrevendo, pois estaremos aqui esperando.
    Parabéns, tu escreves com o coração!

    LMB

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  2. Jacob, mais um texto brilhante. Conseguiu descrever exatamente o que todos nós estamos sentindo.
    Abraços, amigo

    Luis Carlos Werberich

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  3. Jacob,

    Mais uma vez parabéns pelas oportunas e sábias palavras.
    Agora causou-me espanto ao focar o nome desta instituição mágica que nos fez mobilizar para irmos a este Encontro, esta instituição chama-se AMAR. Sentimento que nos fez despertar de uma forma tão intensa e há tanto adormecida entre os integrantes de nossa turma.

    Grande abraço a todos.
    Marcos Edward Carvalho

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  4. ESCREVA SEMPRE!

    ACHO QUE NÃO CONSEGUIREMOS MAIS ENCARAR O COTIDIANO SEM TUAS LETRAS!

    BEIJO!
    Christina Trevisan

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  5. Mas bah!
    Estes meninos estao se revelando excelentes escritores!!!
    Adorei!!!!!!!
    Alenise Possamai

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