segunda-feira, 11 de novembro de 2013

MORTE E VIDA

Nota: É essa chuva que não para. É essa febre que não passa. É a vida saindo por todos os poros, e a morte que a tudo assiste. Sempre foi assim, onde existe vida a morte ronda, quando a morte vem, nova vida surge, o tempo todo, para sempre e, por necessidade. Pinçar cada frase, engolir cada palavra e do entendimento o texto nascerá, a incompreensão morrerá. Somente semente, vida, apenas.

MORTE E VIDA

Todo o dia novo dia começa. Toda noite esse novo dia termina. Tudo que acaba é um novo que velho se foi e nunca mais retornará. É menos dia de cada vida. Tudo passa. Tudo se vai. Nada é eterno. Nada fica. Tudo é efêmero. Toda a vida é passagem. Ninguém é nada se não viver. Nada fica se não há luta. Somos consequência de nossas atitudes. Atitudes nem sempre seguem convicções. Pagamos o preço de nossas incoerências. Seguimos dependente de nossas lutas. Lutamos contra nós, aliados as nossas fraquezas. Morremos tentando ser coerente vivendo a luta de cada convicção. Somos a coerência das incoerências. Somos nosso próprio poço com dúvidas até o pescoço. Vivemos nossa luta para tudo descobrir. Nada veremos se nada enxergar. Um dia nossa morte chegará. Nossa eternidade enfim chegará.  A vida breve a morte eterna traz, e para a morte breve, se nos preparamos, nossa vida levamos eterna. Do contrário devemos desistir. Do contrário não devemos resistir. Somente a busca algum sentido traz, apenas a procura alguma lógica possui. Sempre intensamente viver, somente serenamente morrer. E quando ela,  nossa morte chegar, que nos encontre pleno, que nos leve pronto, que nos veja todo, que nos faça sono, que nos mostre a hora de não mais existir e por não restar nenhuma outra alternativa que, por completo, nos leve, enfim. Que no exato momento de nada mais acrescentar, nada mais somar e nada mais sonhar, tudo dela iremos almejar. Nossa ida é nosso futuro. Nossa viagem só de ida será. Nossa morte é nosso destino. Se tudo fizermos, nesta vida, então estaremos prontos, estaremos vivos, para morrer. Antes disso, muito a fazer, muito a viver. Nossa passagem pela vida deverá ser intensa como se durasse toda eternidade, esperando a morte que será então breve, pois irá assim parecer. Entender a morte é ser eterno, se prender a vida é ser breve. De nada vale vida que apenas passa, de tudo vale se por ela todos intensamente passarem. Se por ela tudo passamos, por nós ela não passa, então existimos, não apenas assistimos. Viver é não temer morrer. Crescer é não permitir morrer. Lutar é não querer morrer. Amar é se deixar morrer. E de tudo, só amar importa. E em tudo temos a morte. E da vida seguimos nosso norte. E sempre em direção a morte. Da morte, renovação. Da vida, envelhecer. Tudo tem sua própria hora e tudo tem de ser agora. Nosso momento é agora. Tudo fazer agora, tudo morrer na sua hora. Somos o que de nós esperamos. Seremos o que de nós desejarmos. E cada qual que sinta por si. E, então, assim será, assim serei.
Nas minhas viagens, por pura emoção, em busca de mim mesmo, ao encontro do fundo de meu ser, como a navegar em um rio caudaloso, fico a mirar sua curvas em sua disparada corrida em direção ao seu fim, em busca de seu mar, a me perguntar se sua intensidade tem a ver com vidas que de seu leito eclodem e se suas mortes mantém o que de mais vivo ele encerra. Será sua vida dependente de todas as suas mortes? Tudo de tudo se faz sem que por nenhum segundo vida e morte simultaneamente deixem de acontecer. Sempre que ambas estiverem ocorrendo o equilíbrio natural, absolutamente, estará prevalecendo, se tornará salvo, se manterá vivo, pois de nada vale a vida senão seguida pela morte que assim abrirá caminho para nova vida. Para que uma encontre a outra sempre serão necessárias todas as contrariedades em tudo, pois também no contrário se acha novamente o equilíbrio. Hoje será meu dia de morrer. Por esse dia tanto esperei, pois é dele que, de tudo, amanhã renascerei e apenas assim, por sempre ser assim, para minha vida muito ainda acrescentarei, para no futuro com muita paz ei de, finalmente, poder morrer. Que se viva a vida, apenas, profundamente, unicamente, com toda intensidade, do contrário, pode ser tarde.....simplesmente, tarde;   

Jacob Chamis

3 comentários:

  1. A sugestão de ler e interpretar cada frase isoladamente não foi à toa. E indispensável, eu digo.
    Não por incoerência entre elas, estão todas ligadas à proposta, mas porque cada uma diz muito, e é um desperdício não explorar os seus conteúdos conceitualmente, e não só contextualmente.

    Nesta ocasião o texto não vem com expectativa de comentário ou de retorno porque é essencialmente reflexivo. É um texto só de ida, como é apresentada nele a direção da vida. Seu valor está na identificação de quais frases consigo mais se relacionam, e que delas se possa tirar o maior proveito para melhorar o caminho e o fim.

    Assim eu me proponho a percebe-lo e a usa-lo. Obrigado por ele!

    Um abraço,
    Marcelo Cóser

    ResponderExcluir
  2. "Amar é se deixar morrer."

    Bom Jacob, eu li o texto assim que ele foi postado. Estou até agora enrrolando, enrrolando, pra escrever, para não escrever. O que eu poderia escrever, tem muito a ver com crenças pessoais, que certamente não são compartilhadas por todos.

    Muito bom o texto, reflexo do nosso monento.

    Amanhã, vamos ver se me inspiro e escrevo.

    Bjs a todos.

    M Helena

    ResponderExcluir
  3. Preciso de um tempo.
    Preciso de silêncio.
    Tempo e silêncio... então, talvez eu consiga organizar o caos para poder comentar alguma coisa.
    Ou então, talvez, o caos me desorganize e eu resolva apenas viver intensamente.
    Amanhã...
    Beijão,
    Chris

    ResponderExcluir