Desde sua mais tenra idade já chorava implorando para morar com seus queridos tios Alfa e Valmir. Além de muito queridos o fascínio pela cidade grande sempre mexia com seus quatro neurônios de seu cérebro, um excesso no lugar de onde ele vinha. Era considerado quase um gênio pois o normal, naquela cidade, era no máximo dois neurônios. Ele possuía o dobro. Muito orgulho para seus amigos e familiares. Já com doze anos sabia somar até oito sem contar nos dedos. Verdadeira maravilha. Cidade abençoada por ter esse grande talentoso filho. Por sua grande capacidade intelectual, na opinião de seus conterrâneos, deveria buscar o aprimoramento longe dali e um dia retornar para, com sua capacidade e desenvolvimento multiplicado, liderar e auxiliar o crescimento da cidade. Várias reuniões e a decisão foi tomada. Iria para Santa Maria e de lá somente voltaria quando se tornasse realmente um grande gênio. Parece que para decepção geral nunca mais retornou ao lugar, jamais virou nada. Pobre cidade, pobres coitados, tanta esperança, enorme fé e tamanha frustração.
Mas vamos a sua história:
Em uma manhã chuvosa o lindo
menino foi levado em carro aberto, mesmo com chuva, e que diziam ser o choro
dos céus, a despedir-se de todos os seus queridos conterrâneos, até a estação
rodoviária onde embarcaria de mudança para Santa Maria. Viagem longa, pois nem
asfalto havia por aquelas bandas, e triste, pois sabia que seus dias de gênio
haviam terminado. Durante a viagem recordações de seus dias de criança correndo
pelas ruas e calçadas empoeiradas, quando em dia de sol, e embarradas nos dias
de chuva, na sua querida cidade que tanto carinho por ele, todos muito nutriam.
Contam que nasceu em uma manjedoura, próxima saída para o Alegrete, e em
seu primeiro dia de vida uma estrela guia orientava todos ao exato local de seu
nascimento. Parece já ter ocorrido tal aviso em outra manjedoura, a uns dois
mil anos atrás, mas nem se compara a repercussão desse atual acontecimento.
Diziam a boca pequena que na manjedoura antiga nasceu outro messias que iniciou
uma grande obra e que foi crucificado ainda jovem. Esse seria um gênio e
completaria a obra inacabada. Seu nome não poderia ser mais adequado, visto que
já nasceu falando e suas primeiras palavras foram: “ Eu, gênio, cheguei e quero
uma costela gorda, pois estou com fome”. Grande comoção e todos já começaram a
chama-lo de “Eugênio” e esse foi seu nome de batismo: “Carlos EUGÊNIO
Lopes. Ainda moleque banhando-se nas águas claras e areias brancas de Manoel
Viana, a falar com Jesus Cristo, seu antecessor e companheiro dos jogos de
bolitas, perguntou: Senhor nos dias de bom tempo e brisa fresca vejo quatro
pegadas e sei que estás ao meu lado. Em dias escaldantes por isso difíceis,
somente vejo duas pegadas na areia. Por acaso me abandonaste ou me carregas no
colo como na antiga parábola, muito conhecida? E do alto dos céus veio a
singela resposta: “Eugênio meu caro, é que em dias muito quentes a areia
torna-se escaldante e então sigo meu caminho dentro d’água que não sou louco de
queimar meus santos pés. Devias fazer o mesmo.” Essa é apenas um de suas
passagens com o Divino que a Bíblia não publicou por influência do baixo clero.
Mas o que importa é que foi para Santa Maria e lá se matriculou em escola de
gênios, Maria Rocha, esperando atingir logo seu ápice. Conseguiu a pau e corda
chegar ao último ano do segundo grau e foi estudar lá no IMA. O ano transcorria
normalmente e seus tios sempre perguntavam como era seu comportamento na
escola. Dizia ser aluno exemplar. Como recompensa, mesmo receosos, permitiram
que em um sábado qualquer Carlos Eugênio fosse ao centro, lá na primeira
quadra, pois estava enamorado de uma rapariga recém chegada de Vale Vêneto.
Marcaram encontro na Livraria do Globo. Muito esperou e a rapariga não apareceu
porém, surgido do nada, Ricardo Reis, esbaforindo-se, apressadamente comenta
alucinado: “Tudo está uma loucura lá em baixo. O mundo vai acabar no IMA. Vão
pelar todo mundo. Vim no centro comprar cuecas novas e estou descendo, pois
caso me pelem já estarei de roupa de baixo adequada. Ele enlouquecido, pois não
resistia a qualquer bochincho, correu para lá abandonando a linda rapariga que
já estava adentrando na Livraria do Globo com roupas de cetim e cabelos atados
tipo Maria Chiquinha, uma formosura, e por ele foi ignorada. Mulheres arranjo
sempre, mas um rebuliço não é todo o dia que acontece, pensou ele enquanto
voava pela Rua Dr. Bozzano, em direção ao seu querido colégio. Chegou tarde
pois o bochincho já havia sido desfeito, a brincadeira já havia acabado e os
culpados prontos para serem severamente punidos. Coitado, totalmente boca
aberta, quase tongo, inocentemente comentou com a assistente: ”Vim correndo,
quase perdi as calças na disparada.” A assistente, velhaca, considerou uma
confissão da sua participação e que ele também havia tirado a roupa e por isso
deveria ser punido. Coitado, não participou da brincadeira, não viu a bagunça,
não se divertiu, quase teve um ataque do coração, pela corrida em disparada até
o local, e ainda tomou uma suspensão por indisciplina sem ter efetivamente
participado dos atos. Realmente um grande otário. Um verdadeiro lorpa. E a
partir desta data seu querido tio muito lutou para a troca de seu nome.
Gostaria que fosse Carlos EUTÁRIO Lopes, pois de gênio há muito a
família desconfiava que ele nada tinha. Alias por não ter comprovado sua
genialidade, nunca mais pode retornar a seu torrão natal, pois a decepção
prejudicou até o desenvolvimento industrial do seu município obrigando ao
fechamento de várias fábricas de bodoques, sem forquilha, indústrias de sacolé,
sem sacos e montadoras de ferraduras de liga leve, tudo revolucionário para a
época, tudo ideia dele e por isso o aguardavam para alavancar os grandes
negócios da cidade. Pobre São Francisco de Assis. Na manjedoura, antiga atração
turística da cidade, até a vaquinha do presépio dele já foi pro brejo.
Para nós, seus colegas, eterno
amigo, muito querido e amado por todos, pela simpatia, companheirismo e sua
gostosa risada, porém para São Chico um retumbante fracasso.
MAS QUE BARBARIDADE!!!!!!!!
Jacob Chamis
Chris, sempre fazes excelentes comentários..., e não foi diferente!!!
ResponderExcluirE este papel é de todos nós.
Tu que és do ramo sabe como são os artistas, né? Tudo vedete que devemos insuflar, quanto mais, melhor! São movidos por aplausos, comentários e falação. Tem que haver falação. E isso é muito barato pelo que entregam. Certo?
O combinado é: ele escreve, nós elogiamos, ele escreve, ...., como moto contínuo. Assim, sempre teremos estes ricos textos.
Ainda mais os de dar risada, e neste caso, bastante, de emendar uma na outra, porque tão ótimas quanto a dissertação dos temas são as inserções fantasiosas e muito bem aplicadas, peculiares de TU GÊNIO, Jacob!
Abração em todos!
Marcelo Cóser
JACOOOOOB!!!
ResponderExcluirCONFORME O COMBINADO, VOU DEIXAR PARA O MARCELO ELOGIAR.
MAS NÃO ME AGUENTO E VOU FAZER ALGUMAS PERGUNTAS:
DE ONDE SAI TANTA BARBARIDADE?????
DE ONDE SAI TANTO HUMOR-NEGRO-SURREALISTA DE FAZER INVEJA AO MELHOR MONTY PYTHON?
FOX É UM FELIZARDO, POIS A SUA VIDINHA MEDÍOCRE FOI ELEVADA À CONDIÇÃO DE ROTEIRO CINEMATOGRÁFICO DA MELHOR QUALIDADE!!!! HA! HA! HA!
BEIJÃO DA CHRIS