quarta-feira, 2 de abril de 2014

Realizamos um encontro muito legal no Augusto, saboreamos um galetinho esperto, regado de cerveja, coca-cola e muito papo! Foi tão bom  que quase fomos colocados pra rua , saímos por último do restaurante ......contrariados..... Com a cia de vocês teria sido melhor ainda!
Aí estão as fotos!
Um abraço com carinho.....

VIAGENS SEM RUMO

NOTA: Por tanto que a vida sempre nos deu e pelo pouco que as vezes nos demos conta disso, poder estar em contado com nosso próprio interior e ver bem de frente o que tememos e do que somos capazes, certamente contribuirá para que nos tornemos pessoas melhores, menos egoístas e aptos a perceber o muito que seremos felizes pelo quanto, aos outros, desejemos nos doar. E uma solitária viagem é um bom atalho para encontrar esse bom caminho. E assim se deu comigo: 

VIAGENS SEM RUMO

Viajar sempre foi excitante. Sair sem saber onde ir, uma utopia. Chegar onde se deseja, a realização de um sonho. Em muitas férias a aventura surgia como alternativa excelente para descobrir nossa capacidade de enxergar o mundo de um modo diferente, através do mesmo olhar, surgindo frente aos olhos que nos permite tudo ver. E viajar pedindo carona foi algo emocionante antes de acontecer, solitário durante sua ocorrência e realizador depois do seu final.

E tudo começou quando, com uma mochila nas costas, numa época que para os pais filhos são protótipos cheios de curiosidades, buscando viver tudo o que ainda não foi visto e querendo enxergar tudo aquilo que ainda não foi vivido, senti certa vez vontade de ser intérprete do meu próprio filme, atuando, produzindo e dirigindo o que parecia ser uma película repleta de emoção, divertimento, ação e principalmente, como desfecho, ter um final feliz.

Pausa para reflexões (atendendo vários pedidos):

A vida é cópia fiel do provérbio, luso tailandês que diz que tudo sempre acaba bem e se não está bem é porque ainda não acabou. Se consideramos o final da vida como o fim do maior filme que cada um protagoniza, e seu desfecho com o evento da morte, refletindo e tentando compreender esse fato, devemos considerar que, por incrível que pareça, ou será um feliz final para quem, em processo de sofrimento, encontra a paz tão desejada, ou mesmo para quem tem uma vida extraordinária, a sua própria morte também proporciona um máximo momento de êxtase por transportar por todo o corpo energias escondidas e reações químicas que proporcionam um epílogo digno de uma super produção. Não estou referindo do ponto de vista de quem fica, pois quem parte deixa a saudade e a dor para quem, desesperado, passa a sentir a enorme perda. Então conclui-se que a busca do final feliz sempre presenteará todos os que nele acreditarem. E acreditem pois será a mais confortadora das verdades, o melhor do epílogos.

Final da pausa e regresso ao set de ações:

E voltando a viagem, seguimos nela. Em uma mochila coloca-se o básico e o que realmente será útil nessa empreitada. Por pouco espaço, nada supérfluo será companheira de viagem. E em busca do caminho que se irá seguir, enchendo-se de vontade, coragem e otimismo, aguardamos no melhor local aquele que nos levará para um ponto mais próximo de onde queremos chegar, como num jogo de golfe que cada tacada coloca a bola mais próxima do buraco final. E particularmente, no meu caso, quem primeiro surgiu, ali pelas bandas do Clube Minuano, onde alguém me soltou, foi um enorme e confortável caminhão de melancias onde me instalei confortavelmente em sua cabine. E por muita sorte iria a São Paulo e estava disposto a me levar junto até esse seu destino final. O meu destino um pouco mais longe, onde pudesse alcançar uma praia para, igualzinho a um filme, deitar na areia sob um coqueiro, conhecer gente, conquistar gurias bonitas e ser convidado para festas e churrascos por veranistas mais abastados. Ledo engano, pior a realidade que o sonho. E tudo já começou na viagem, pois pensando dormir num rede emprestada pelo caminhoneiro imaginei descansar confortavelmente nela, protegido sob o caminhão, enrolado nessa rede por ele cedida. Não foi assim, dormi sobre as melancias, passei frio e para piorar, choveu. Somente restou entrar para baixo da lona e agradecer aos céus por não ter sido pior. E se fosse um carregamento de pregos, ou arame farpado? Por isso aprendi que para uma boa história de aventuras a busca pela próxima emoção é o objetivo de todo o elenco de qualquer filme, no caso eu sozinho era todo o elenco desse filme imaginário. No outro dia, sol a pino batendo na lona e aquecendo, já no inicio da manhã, aquele que tinha sido uma das piores noites que o mocinho da película tinha vivido. Mas quem sabe muitas surpresas estivessem reservadas para esse novo dia, quem sabe. E arrancamos rumo ao destino final de nossa viagem, São Paulo. Dia inteiro viajando, algum divertimento com as conversas sobre a vida de meu ilustre condutor. Mas passado esse dia, apenas comendo estrada, nos aproximamos da capital paulista no inicio da noite. E até percorrer os vários quilômetros que nos separava do final da viagem, algumas horas ainda restavam passar. E por volta meia noite a terrível e desconcertante realidade: o caminhão iria para a Ceasa e eu teria de descer por ali mesmo e a partir de então me virar sozinho. Não foi fácil e custou cair a ficha de que o que podia ficar pior, piorou. Para onde ir? Que rumo tomar? O que fazer? E que saudades das melancias, pois aquilo sim que era conforto. Agora era tudo desconhecido, imprevisto e incerto. Mas não tinha jeito. Descer era a ordem e seguir para qualquer lado a opção. Agarrado as alças da mochila que, parecendo saber de meu medo, se prendiam cada vez mais forte as minhas costas, tentei seguir algum caminho. E o primeiro passo é o pior, e a confrontação com o desconhecido aterrorizante. E na calada da noite, quase madrugada a alternativa era achar um ponto de ônibus e parecer estar aguardando um para, quem sabe, descobrir uma saída que até então estava longe de surgir. E não é que surge um coletivo. O mais belo e acolhedor ônibus que eu poderia sonhar. Fiz sinal e ele parou. O som do hidráulico recolhendo a porta, abrindo caminho para meu ingresso, mais parecia um canto de sereia e o interior do veículo uma limusine feita especialmente para meu conforto. E o bom da vida é constatar que tudo pode ser tudo quando na verdade é um grande nada. De uma situação desesperadora e solitária, uma euforia e segurança em um simples transporte coletivo, que para tantos é martírio, desconforto e cansaço. Para mim aquilo era com o abraço do melhor amigo. Nada mais seria preciso naquele momento. Mas passado o instante bom, a pergunta era para onde ele vai e, para piorar, para onde eu vou? E percebo que existiam apenas três pessoas no seu interior, o motorista, o cobrador e um único passageiro. Subo pela porta traseira, tiro alguns trocados do bolso para pagar e aproximando do cobrador pergunto, como única alternativa que sobrou, onde ficava e como chegar na rodoviária. Ele deu de ombros e falou que morava há pouco em "Sumpaulo", era do Ceará e nada conhecia. Mas, prestativo, gritou ao motorista repetindo a ele minha pergunta. E por azar sua resposta foi um solene "não sei, pois esse ônibus nem vai para aquelas bandas". Então estou perdido. Então terei que vagar a noite inteira sem nenhum chance de dormir, ter segurança e um sentir um bom acolhimento em qualquer lugar que fosse. Mas minha aflição pouco durou, pois o único passageiro, erguendo sua voz falou que iria para a rodoviária, pegaria outro ônibus e que eu deveria acompanhá-lo para que chegássemos juntos ao nosso destino. No primeiro momento, medo, desconfiança e temor. Num segundo descontração, conforto e segurança, pois o sujeito era um bom gaúcho, família do Alegrete e trabalhava nos Correios, transferido de Porto Alegre para a capital paulista. Que feliz coincidência, que alento e que alegria. E fomos de mala e cuia a desbravar as ruas da cidade e a bordo de outro coletivo, olhar as luzes da cidade e parecendo grandes amigos senti novamente o prazer de estar estrelando aquele filme que iniciara lá na minha cidade no interior do Rio Grande. 

E acomodado num banco de rodoviária consegui sentir como se estivesse numa grande suíte de um luxuoso hotel e todos os noctívagos que por ali passavam pareciam bons companheiros de uma mesma aventura qualquer em busca de conforto, companhia e algum prazer que aquele local pudesse proporcionar. Noite dos deuses, vida de rei, e um filme caminhando para seu melhor epílogo por ter dado tudo certo a medida que eu estava feliz com o pouco que restou, pelo muito que me sentia e pela plenitude de estar vivendo uma grande e emocionante experiência para quem, estando tão longe de casa, nem havia ainda chegado a maioridade e viajava com autorização escrita dos pais reconhecida em cartório.

Quanto a esperança de encontrar uma guria bonita, ser convidado para festas e churrascos por veranistas mais abastados, passou a um segundo plano, pois na vida as coisas valiosas são as que agregam experiências, proporcionam algum crescimento e nos colocam frente a frente com nosso interior para, descobrindo medos e fraquezas, chegar sempre inteiro e completo a qualquer lugar, não importando o que será encontrado, mas como estaremos quando encontrar e, o mais importante, estar inteiro, totalmente contatado dentro de si. E rumando para frente, nova estrada surgiu, mas isso é outra história. MAS QUE COISA BEM DE LOUCO TCHÊ. QUE BAITA BARBARIDADE!!!!!!!

Jacob Chamis

terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

Encontro e João Ville

Meus prezados colegas!

Imcumbido que fui - pela Dona da Mansão - de organizar esta bagunça (própria de colegiais!!), e também atendendo a pedidos de cabos eleitorais de várias localidades e interesses afins, estou enviando em anexo a famosa "CÉDULA DE VOTAÇÃO", para o evento em João Ville.

Pelo cargo a mim concedido (ou não)  de  "JUIZ ELEITORAL PROVISÓRIO E DEMOCRÁTICO", delibero para esta etapa de votação o seguinte:

- Objetivo da votação: definir o data do evento
- Não será aceito múltipla escolha. (caraca, até isso tem que definir!!)
- Somente serão aceitos válidos, os votos que vierem com identificação do eleitor. (essa também tem que escrever!!!)
- Prazo para votação: até dia 03/02/2014. (sem reclamações ou solicitações de aditamento do mesmo);
- Excrutínio dos votos: dia 04/02/2014. (sem acompanhamento ou fiscalização de qualquer tipo ou pessoa);
- Promulgação do resultado final: dia 05/02/2014. (sem possibilidades de segundo turno, cancelamento ou qualquer reclamatória sobre o mesmo);



TENHO DITO.

Exmo. Juiz da Comarca do MR-73
Dr. Gerry CascaCorino

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Queridos,
Jussara estava dando uma passadinha por aqui e resolvemos fortalecer o segmento feminino dos MMs.
Muitas deliberações, ATA secreta!
Brindamos a todos!
Beijo
Christina Trevisan

O CARA É BRILHANTE

Nota: entre brincadeiras e improvisações da narrativa, peço que valorizem a seriedade, o lado poético e humano que o paragrafo discorrido pelo Kimura traz, enriquecendo o  texto e a convocação para que algo precisamos fazer para perpetuar nossa travessia pelo colégio, bem como, criar sementes para trabalhos em prol da escola pelas gerações futuras ávidas de exemplos e trilhas a seguir.

O CARA É BRILHANTE
Agora também somos adeptos do avesso do Rapirrauer. Somos do Sevenrauer, uma prática milenar onde seus componentes marcam encontros matinais em uma panificadora, padaria ou confeitaria qualquer, previamente escolhida, a partir das 07 hs da manhã, para um café com leite acompanhado de pão com manteiga, queijo e presunto ou mortadela, fresco ou aquecido. Não pode ser bolinho, pão de queijo, doce, empada ou qualquer outro acompanhamento que não seja o tradicional pão francês. E aí os assuntos, brincadeiras, histórias e decisões são trazidas à mesa junto com o desjejum, no inicio do novo dia, antes que cada um tenha de partir para seu destino diário, tais como trabalho, estudo ou lazer, no caso dos já descansados profissionais de pijamas. Essa prática foi criada no século passado por dois brilhantes filósofos e cientistas da vagabundagem produtiva que se chamavam Jacob Calil e Asdrubal Chamis, esse último menos conhecido na época por Kimura. Hoje seus discípulos são os nada menos brilhantes Jacob Chamis e Asdrubal Calil. As inversões dos sobrenomes se deu quando suas famílias imigraram para o Brasil, no século passado e, passando por Portugal, no momento de embarcar no vapor transatlântico, um vento levou os documentos e o gajo da alfândega disse para misturar os nome já que o vento havia feito o mesmo com os papéis. Coisas de português. Mas vamos direto ao que foi apresentado, discutido e concluído no último Sevenrauer, nesta sexta-feira, conforme abaixo está relatado:

Situada a Rua Barão do Amazonas, em Porto Alegre, capital de todos os gaúchos, cidade pertencente a região metropolitana da Grande Santa Maria, existe a conhecidíssima Padaria do Barão. Fino estabelecimento que serve desde sopa quase aquecida, no inverno, a saborosos sorvetes quase derretidos no verão, passando pela simples e maravilhosa média com pão e manteiga. Marcado o encontro para esse esplendoroso Sevenrauer, compareceram dois brilhantes rapazes, Jacob Chamis e Asdrubal Kimura Calil. Adentrando ao ambiente, já foram falando às simpáticas atendentes, Rosaura e Diárana." Bom dia gurias, tragam o de sempre". E elas quase em jogral. "Bom dia pra vocês também, nossos garotos". Nem preciso dizer que o sorriso dos "boys" adentrando foram de orelha a orelha pela calorosa e acolhedora recepção. A última vez que fomos tratados assim foi na década de 60, na casa de nossos avós, pelas cozinheiras que nos mostraram os temperos da vida. Mas voltemos ao Sevenrauer que a coisa vai tomar outro rumo e o assunto vai ficar, a partir de agora, muito mais sério e importante.

Café com leite servido a mesa acompanhado de pão com manteiga, queijo e presunto para iniciar bem outro novo dia que, como de costume, deveria ser intenso, produtivo, divertido e longo, pois o trabalho iria iniciar e o calor já era forte. Sol que já se apresentara no horizonte informando a todos que estava ali para aquecer corpos e mentes. Brilhava intensamente desde tão cedo, na rua, que tornava todas as cores mais intensas e verdadeiras trazendo consigo pessoas que circulavam com as mais variadas expressões, tais como, sono, no caso dos que ainda não haviam deixado totalmente suas camas, cansaços cambaleantes, no caso dos estavam se dirigindo para elas e em suas companhias atravessariam essa quente manhã, e os cheios de felicidade, pela contemplação da beleza da vida com um novo dia surgindo, que era o nosso caso. Muita conversa pois a energia da manhã quando se insere na gente nos transforma em leões matinais prontos para tudo, e que venha a vida venha nos provocar  pois estamos prontos para ela e esperando. E aí o Asdrubal, depois de contemplada a alegria do ar respirado, a beleza do dia a encher-se de cor e a satisfação do sabor desse desjejum tão simples, saboroso e completo, lança na mesa o que considero ter sido o meu melhor momento, como ouvinte, da explanação feita por esse ser que é minha grande companhia e inspiração de fidelidade a amor fraterno desde que me conheço por gente lá nos idos da década de 50, e  nesse dia de sexta-feira ele disse algo mais ou menos assim:

"Nossa vida é boa, nossos amores nos fazem vibrantes, nosso filhos estão ao nosso lado nos enchendo de felicidade, nossos amigos fiéis voltaram ao nosso convívio, nossos corpos ainda sentem a magia dos toques femininos a nos rodearem, mas nossa contribuição aos que ainda, seguindo nossos passos como alunos do Maria Rocha, estão desamparados, desassistidos e sofrendo todas as privações que as gerações subsequentes a nossa vem penando pelo abandono e falta de recursos disponibilizados para a educação, pelos governantes e pelo conjunto da sociedade, é totalmente nula. Temos que fazer alguma coisa para ajudar e também perpetuar nossa presença e passagem por tão importante estabelecimento de ensino que, esbanjando elevado padrão qualidade na época, nos colocou onde hoje muito mais precisa ser feito ou gasto para chegar onde tão facilmente conseguimos chegar. Isso também serviria de semente, exemplo e incentivo às gerações futuras de ex alunos. Devemos aproveitar essa massa crítica, mexer nossas bundas, ganhar o mundo e construir algo que nos permita morrer como pessoas em paz com suas consciências que deixaram algum legado em prol de alguém menos favorecido e que contribuíram com o que mais carente e fundamental para o sucesso de qualquer país que é a EDUCAÇÃO. Tenho comigo essa cobrança que me faz pensar sobre meu legado e minha contribuição que marque minha passagem por essa vida. Preciso de certo modo contribuir com o pouco que até hoje obtive com a ajuda dos outros retribuindo isso a alguém. Minha consciência é meu algoz . "

PUTA QUE PARIU. O cara enlouqueceu. Seu cérebro acaba de fritar. Deve estar sob efeito de alucinógenos. Vai ser internado por disfunção erétil cerebral. 

Isso foi bonito, sincero e repleto de verdades objetivas que dizem ser necessário repassar pelo menso um pouco do muito que obtivemos. Foi bárbaro. É preciso.

Olhei para ele pasmado, petrificado e emocionado. Conheço  ele a tantas décadas, mas parece que é tipo "Jack o Estripador", por partes e o último foi seu cérebro. Com tão pouco uso é a parte de seu corpo mais conservada. Mas isso são detalhes e o que importa é do que ele foi capaz de trazer à mesa e como nos surpreendeu. E digo " nos surpreendeu" porque as meninas que serviam, Rosaura e Diánara, choraram, espernearam, ligaram para seus familiares e entre emoções, elogios e espanto, se aproximaram, puxaram cadeiras e não mais queriam se afastar daquele que era agora o cara mais fantástico, querido, sensível, inteligente e etc dos fregueses da Padaria Barão. Inclusive o proprietário que chegou no meio da dissertativa já ingressou  na Junta Comercial para trocar o nome do estabelecimento. Será "Padaria Barão Kimura". Uma espetacular passagem em nossas vidas. A sogra do padeiro que estava no toilete, chorava compulsivamente. Que momento, que instante, que brilhante discurso. Que narrativa intensa Um fato de raro brilho. E Estávamos todos em êxtase.

Mas isso se viveu e já passou, mas o que importa é a idéia, a vontade, a visão. Porque não fizemos o que ele está sugerindo? Por que não juntamos nossa alegria e vontade de continuarmos juntos e a transformamos em algo que nos marcará para sempre e mudará também o significado de ser ex-aluno. Vamos nos cotizar, reunir, discutir e tomar atitudes que melhorem a vida escolar de quem hoje faz e vive o que fazíamos antes. Vamos constituir comitês, vamos angariar fundos, vamos contribuir e vamos indagar a diretoria da escola sobre suas reais necessidades ou carências. Exemplos não faltarão, pois bibliotecas, centro de informáticas, materiais esportivos, cadeiras, classes, armários, por exemplo, nunca estão sobrando, muito pelo contrário, num momento desses onde a educação é tratada como verbas de custeio, folhas de pagamentos e manutenção de patrimônio e não como investimento prioritário, estão sempre faltando. Precisamos apenas um pouquinho de cada um para que, em algo enorme, isso tudo possa se transformar.

Foi um grande alento sentar e ouvir tamanhos anseios e ideias. Chegaremos juntos onde ninguém ainda chegou como ex-alunos dessa escola. Todos irão se juntar a nós.

E como diz o Enio, Viva Mandela.

Mas que coisa boa Chê. E que barbaridade!!!!!!!!!!

Nós, Os Brasileiros

Nota: Essa é sem aviso e de sopetão, só para não perder o jeito. É sobre nossas maneiras, nossas coisas, enfim nossa vida nesse imenso país. E será em forma de  capítulos. E desde já desejo que sejamos todos muito felizes nesse primeiro próximo ano do reinicio de nossos encontros. E que bom que ainda somos crianças e o futuro que nos aguarde, pois ainda tem muita coisa pela frente. E aqui vai:


Nós, Os Brasileiros

Como não iniciar desejando a todos o que de melhor a vida possa proporcionar em cada dia deste ano que agora começa. Como não começar tentando dizer que, sem nenhuma explicação lógica, eu sumo da tela sem ao menos escrever desejando ou explicando qualquer coisa. Como não olhar para trás e sentir profunda vontade de ter abraçado um por um e perto de cada ouvido ter dito uma simples frase que demonstrasse o quanto os quero bem. 
Mas é do principio que qualquer coisa começa e do seu inicio chegaremos onde desejarmos, pelos caminhos que escolhermos trilhar. 
E no meu começo digo que, tentando adiantar cada dia de trabalho que eu deixaria para trás e, numa tentativa desesperada de não esquecer nenhum detalhe que comprometesse o futuro de minha nada grande nem pequena empresa de meus sonhos, trabalhei muito para partir ao velho continente num período de 20 dias finalizados nesse final de domingo, a ponto de não saber o que fazer para despedir, desejar ou simplesmente dizer um até breve a todos os que me rodeiam ou que pertencem a esse meu lindo louco mundo. E foi assim, partindo sem ter ido, voando sem tirar os pés do chão e sumindo sem deixar meu rastro que eu viajei para uma estação qualquer em busca do que ficou, a procura do que perdi (não imagino onde nem quando) tentando trazer de volta o que sei estar escondido dentro de mim. E me trazendo de volta trouxe o que considero ser a identidade de cada um que pertence a esse imenso e querido país que somos todos Nós, Os Brasileiros.

Casualmente, lendo uma matéria sobre a infelicidade de um repórter que, sofrendo um assalto, teve seus equipamentos roubados, não pude deixar de enxergar que, em seu justo desabafo, a maior de todas as infelicidades foi sua frase, quase de efeito, que disse ser "O Brasil é um país que não deu certo". Assalto injusto, trágico e desgraçado. Frase infeliz, indelicada e estúpida. Pois sim, nós somos um grande país que deu muito certo. Estamos, como uma criança, completamente atrapalhados, inseguros e imaturos, mas já demos muitas provas que deu certo. E vamos começar por definir nossa raça. Quem somos? Somos todas as raças, somos uma doce mistura onde o italiano de olhos puxados se mistura ao japonês de cabelos loiros, o alemão ariano de Hitler se apaixona pela judia do gueto de um Bom Fim qualquer e a muçulmana empresta o véu que cobre seu rosto ao ateu de olhos claros que tenta esconder suas feições gastas pelo tempo. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse primeiro quesito já estamos dando certo

E de nossos regimes? O que dizer do golpe que implantou uma ditadura qualquer, nascida num 1º de abril insignificante, que teve sua derrocada sem violência, sem que fosse disparado nenhum tiro ou bomba, dando lugar ao regime democrático reconquistado, derrubando o que nunca deveria ter sido alçado ao poder. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse segundo quesito já estamos dando certo

Nem tudo são flores, pois temos falhas estruturais, vergonhosas, onde a justiça tarda e falha e manifesta debruçada sobre leis inapropriadas e contraditórias. Sim, pois é no absurdo das argumentações que o mesmo parágrafo da lei que condena é usado com a maior safadeza para absolver.  
O pior é constatar que são dúbias para confundir, atrapalhar. E pior ainda é saber que quem as fez não é incompetente ou incapaz. E tanto pior ainda é saber que não fizemos justiça, fizemos negócios entre melhores ou piores oradores do direito. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse terceiro quesito precisamos mudar e vamos dar certo.

No velho mundo, vemos progresso, riqueza, competência, tecnologia, conforto e organização coletiva. Aqui vemos riqueza concentrada, competência desperdiçada, tecnologia importada, conforto a preço elevadíssimos e desorganização coletiva. Enquanto na Europa o transporte de massas funciona e atende todas as classes sócias, rápido e confortável, aqui se incentiva o transporte individual, com elevadíssimos gastos públicos, para criar a tal de  mobilidade, que é individual, urbana. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse quarto quesito precisamos mudar e vamos dar certo.

Nos meses de junho e julho passados fomos as ruas como uma criança que, querendo crescer, se aventura em sair sozinha de casa. Fomos organizados, objetivos e orgulhosos de nosso amadurecimento. E devemos repetir até que os marginais de plantão que tentaram atrapalhar, protegidos pelas autoridades, sejam varridos das ruas como ratos de esgoto que devem ser dizimados e aniquilados. E foi bonito acompanhar essa nossa tentativa de crescimento e maturidade. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse quinto quesito já estamos dando certo.

Precisamos compreender que nesse momento mais importante que ser de esquerda ou ser de direita é ser de cente. E quem atrapalha não é o povo que, sendo extremamente zeloso e correto, paga até carnê da Imcosul em atraso. São as elites que historicamente, tentando sempre levar vantagem, atrapalham e prejudicam até que sejam seus escusos objetivos alcançados. E também tem os neuróticos de plantão que tentando ver sujeira e caos em tudo que acontece, fazem a política de terra arrasada pensando ser essa a melhor saída. Protegemos os que roubam, acusamos apressadamente, prendemos os ladrões de galinhas e inocentamos os escolhidos da mídia, que também julga pelo critério que lhe melhor convier. E nessas todas apenas o poder determina o rumo. E das ruas nascerá o melhor caminho. E todos estão cientes da correta solução. E todos já estão aprendendo essa lição. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse sexto quesito precisamos mudar mas já estamos dando certo.
   
De nossas manifestações populares e vida coletiva, somos os melhores, pois não há sexta-feira melhor que as nossas, não há carnaval mais espetacular, não há alegria mais espontânea, não há futebol mais acrobata, não há humor mais refinado, não há sensualidade mais estampada, não há amigos mais companheiros, não há aglomeração mais divertida, nem praias tão lindas, nem campos tão abundantes, nem plantações tão espalhadas, nem indústria tão ávida em crescer, é só deixar. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse sétimo quesito já estamos dando certo.
     
De nossos heróis prefiro um outro capítulo, pois sendo o Deodoro gay, D. Pedro I almofadinha, D. Pedro II atrapalhado, e Getúlio grosso feito dedo destroncado deveremos pesquisar melhor para saber se precisamos alterar a forma de recontar a história do Brasil. Sem falar dos militares que tentaram se transformar em heróis e somente conseguiram virar nome de logradouros. Assim somos Nós, Os Brasileiros e nesse oitavo quesito já estamos nos divertindo. 

Mas repito com todas as letras, antes de ser de esquerda ou de direita, sejamos DE CENTES.  

Mas que barbaridade!!!!!!!!!!   

Jacob Chamis